Eleições 2018

Bolsonaro age para não ficar na defensiva na semana final

Bolsonaro age para não ficar na defensiva na semana final
      Ação do TSE sobre fake news faz campanha do PSL reavaliar estratégia contra candidato petista

6:00 |IDNews/Estadão/Constança Rezende | 2018OUT21 | 

RIO – A campanha do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) estuda mexer na estratégia que havia definido para a última semana da eleição. Após a denúncia de que empresas teriam beneficiado Bolsonaro ao disseminar fake news em massa pelas redes sociaiscontra Fernando Haddad (PT), aliados mais próximos do deputado reavaliam se ele deve manter o recolhimento confortável, sustentado pelas pesquisas de intenção de voto, ou reforçar os ataques ao PT na internet e por meio de breves discursos.

No sábado, 20, Bolsonaro já fez declarações mais enfáticas sobre o caso. Em entrevista no Rio, ele se declarou a favor da imprensa livre e afirmou que “não tem nada a ver” com a denúncia envolvendo fake news.

Até então, a cúpula da campanha programava que Bolsonaro passaria a maior parte do tempo descansando e se recuperando das consequências da facada que sofreu no dia 6 setembro em Juiz de Fora.

A Procuradoria Geral da República pediu que a Polícia Federal investigue suspeitas de que empresas disseminam mensagens falsas em redes sociais relacionadas tanto a Bolsonaro como a Haddad. O inquérito foi instaurado ontem pela PF. Em outra frente, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abriu ação para apurar as denúncias de suposto abuso de poder econômico por parte de Bolsonaro na disseminação das fake news. As acusações surgiram quando o candidato já se considerava, como declarou na última quarta-feira, 17, “com a mão na faixa” presidencial. “Esse tipo de contato com bandidos quem tem é o PT, não eu”, disse Bolsonaro.

O presidente do PSL, Gustavo Bebianno também falou no sábado sobre as denúncias de fake news. Disse que entrará com um pedido na PGR para que se investigue a denúncia contra Bolsonaro. “Vamos pedir que essa denúncia, que não tem pé nem cabeça, seja apurada até o fim.”

Reeleição

Ainda na entrevista, o presidenciável afirmou que pretende fazer uma “excelente reforma política” e voltou a sugerir o fim do instrumento da reeleição e a redução do número de congressistas. “Um presidente não tem autoridade para fazer reforma política. Cada parlamentar vota de acordo com seu interesse. O que eu pretendo fazer, tenho conversado com o Parlamento também, é você fazer uma excelente reforma política para acabar com o instituto da reeleição, que no caso começa comigo, se eu for eleito, e diminuir um pouco – 15%, 20% – a quantidade de parlamentares.”

O presidenciável ainda declarou, no contexto de uma eventual reforma, que o ideal seria “criar um sistema eletrônico de votação confiável, que possa ser auditável”. Sobre política econômica, afirmou que o Banco Central terá autonomia se ele vencer a eleição, mas não quis citar quem estaria à frente da instituição. “Não sei se o atual presidente (Ilan Goldfajn ) vai ser mantido. Não sei se ele é um bom nome, quem vai ver isso é o Paulo Guedes”, disse ele, em referência ao economista responsável pelas propostas do PSL na área.

O presidenciável, no entanto, voltou a citar nomes para o ministério de um eventual governo seu a partir de 2019. “O tenente-coronel da Aeronáutica Marcos Pontes está quase confirmado para a Ciência e Tecnologia”, disse. Pontes foi o primeiro astronauta sul-americano a participar de uma missão espacial, em 2006. / COLABOROU FABIO GRELLET

FOTO: Bolsonaro age para não ficar na defensiva na semana final

About Beto Fortunato
Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

Beto Fortunato

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