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Brasileiros atacam abrigo de venezuelanos em Roraima

Brasileiros atacam abrigo de venezuelanos em Roraima
Assustados, alguns venezuelanos fugiram de ônibus para Manaus

8:47| 21MAR2018 - Folhapress / Venezuelanos 

Em reação a uma briga entre venezuelanos e brasileiros que deixou dois mortos, dezenas de moradores de Mucajaí (a 57 km de Boa Vista) expulsaram imigrantes de um abrigo e em seguida queimaram os seus pertences.

O ataque aconteceu na tarde de segunda-feira (19).

Assustados, alguns venezuelanos fugiram de ônibus para Manaus, enquanto outros voltaram ao abrigo por falta de opção, segundo a irmã Telma Lage, coordenadora do Centro de Migrações e Direitos Humanos da Diocese de Roraima.

“O pouco que eles tinham foi queimado”, diz Lage. “E o que é mais preocupante é que a gente percebe uma onda de levantes nesse sentido. Há informação não confirmada de que estão marcando outras manifestações desse tipo.”

Segundo relatos da imprensa local, um brasileiro e um venezuelano morreram durante uma briga, na madrugada do domingo (18). Outro venezuelano FOI preso.

O clima na cidade é de muita insegurança”, afirma a religiosa. “Estamos falhando naquilo que eles buscam em nós, que é a proteção.”

Roraima é a porta de entrada de dezenas de milhares de venezuelanos que fogem da crise econômica provocada pelo ditador Nicolás Maduro. Ao menos 40 mil vivem em Boa Vista (RR), segundo a prefeitura. A população da cidade é de 330 mil pessoas.

Apesar do estrangulamento dos sistemas de saúde e de assistência social em Roraima por causa da imigração, o Brasil é um dos países da região que menos recebem venezuelanos, atrás de destinos como Panamá e República Dominicana. Na Colômbia, principal destino, estão quase meio milhão.

Após visita recente a Boa Vista, o presidente Michel Temer (MDB) anunciou que iria transferir venezuelanos a outras regiões do país, o que não aconteceu até agora. O destino seria determinado de acordo com a vontade dos imigrantes.

No início de fevereiro, foram registrados dois ataques a venezuelanos em Boa Vista. Em ambos os casos um imigrante da Guiana ateou fogo a locais onde famílias venezuelanas dormiam. Da segunda vez, um casal e a filha foram feridos -a menina, de quatro anos, teve queimaduras em 25% do corpo.

Após os episódios, o governo aumentou o efetivo militar na fronteira e declarou emergência no estado. Com informações da Folhapress.

Os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) marcaram para esta terça-feira (20) uma reunião para discutir o impasse em torno da prisão após condenação em segunda instância. Segundo a presidente da corte, ministra Cármen Lúcia, a reunião foi marcada a pedido do decano, Celso de Mello. O tema interessa ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado pela segunda instância da Justiça Federal em janeiro por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP). Em 2016, por 6 votos a 5, a maioria dos ministros passou a autorizar a execução provisória da pena, antes de esgotados os recursos nos tribunais superiores. Duas ações que tratam da constitucionalidade dessa medida foram liberadas em dezembro pelo relator, Marco Aurélio, para serem julgadas no plenário, mas estão fora da pauta elaborada por Cármen Lúcia. Em entrevista à Rádio Itatiaia, de Minas, nesta segunda-feira (19), a presidente disse que a reunião desta terça foi solicitada pelo decano. "O que tem de concreto é que o ministro Celso de Mello me disse que seria conveniente nós conversarmos. Não é nem reunião formal, não fui eu que convoquei, mas é comum a conversa acontecer." À noite, em entrevista transmitida pelo Jornal Nacional, da TV Globo, Cármen Lúcia reafirmou que não vai ceder e não vai pautar as ações que tratam do assunto. Uma ala dos ministros quer que a questão seja julgada logo. Integrantes dessa ala dizem acreditar que há maioria para mudar o entendimento vigente a fim de que a prisão só possa ser decretada após julgamento de recurso pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), a terceira instância da Justiça, nos moldes do defendido por Dias Toffoli. As opções da defesa de Lula para evitar eventual prisão estão em duas ADCs (ações declaratórias de constitucionalidade), que tratam da prisão em segundo grau de forma genérica, ou no pedido de habeas corpus preventivo. O relator do habeas corpus, ministro Edson Fachin, já negou o pedido liminarmente, e decidiu que seu mérito deverá ser analisado pelo plenário (composto pelos 11 ministros), e não pela Segunda Turma (formada por cinco). Cármen Lúcia disse à Rádio Itatiaia que o julgamento do habeas corpus pelo plenário independe de ela colocá-lo na pauta, e que cabe a Fachin levá-lo "em mesa" -no jargão do STF, levar em mesa é pedir para que seja votado. Somente o relator pode levar em mesa o habeas corpus. Já as ADCs tiveram embargos declaratórios (um tipo de recurso) apresentados na semana passada pelo Instituto Ibero Americano de Direito Público contra uma decisão liminar do plenário que negou um pedido para suspender as prisões antecipadas. Como os embargos declaratórios questionam um acórdão do plenário, eles precisam ser julgados pelos 11 ministros -o que é visto como uma chance para reabrir a discussão sobre o tema. De acordo com o relator das ADCs, Marco Aurélio, não cabe a ele levar esses embargos ao plenário, pois seu voto foi vencido na ocasião do julgamento da liminar. Caberia ao redator do acórdão, Fachin, que deu o voto vencedor. Procurado, o gabinete de Fachin informou que ele está analisando a matéria. Uma terceira opção para a defesa é algum ministro apresentar a Cármen Lúcia uma questão de ordem, durante a sessão, argumentando sobre a conveniência de julgar as ações. O regimento permite que qualquer integrante da corte faça esse movimento. Com informações da Folhapress.

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Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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