AraraquaraSLIDER

Documentário de ex-alunos de Jornalismo da Uniara sobre a Madre Maurina será exibido na TV Cultura

Documentário de ex-alunos de Jornalismo da Uniara sobre a Madre Maurina será exibido na TV Cultura
Produção estará no programa “Campus em Ação” no sábado, dia 7, às 11h

8:15 | Assessoria de imprensa da Uniara |2018ABR04 | Foto ©Uniara

O vídeo-documentário “Todos estão perdoados”, produzido em 2015 como Projeto Experimental pelos ex-estudantes do curso de Jornalismo da Universidade de Araraquara – Uniara, Fernando Henrique Stivaletti Vitor, Heloisa Helena Zanoni, Milton Cerqueira Leite Junior e Paula Cristina Cardoso De Sousa, será exibido no programa “Campus em Ação” no sábado, dia 7 de abril, às 11h, na TV Cultura. A obra, orientada pelo professor Fabrício José Mazocco, aborda a história de vida da Madre Maurina Borges da Silveira, no período da ditadura, na cidade de Ribeirão Preto.

“Ela foi sequestrada e torturada e, segundo algumas pessoas entrevistadas, existe uma dúvida se teve um filho. Foi exilada no México e não havia ninguém para confirmar isso. Fizemos um trabalho de pesquisa bem intenso, e acredito que conseguimos retratar bem a questão da tortura. Pegamos detalhes de outras mulheres que ficaram presas com ela”, destaca Paula.

Leite Junior acrescenta que Maurina foi acusada de ser membro de um movimento terrorista denominado Forças Armadas de Libertação Nacional – FALN, existente na cidade. “Ela havia deixado a cidade de Araraquara, onde era uma das freiras do Colégio das Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição, para ser diretora do orfanato Lar Santana, em Ribeirão Preto. Durante a ditadura, foi presa e torturada, até ser banida do Brasil, acusada de participar de um movimento que se utilizava das instalações do orfanato para se reunir. A religiosa retorna ao país no início dos anos oitenta, ao provar sua inocência e recuperar sua cidadania. Ela passa por diversas cidades brasileiras até morrer em Araraquara, em 2011. Esses relatos são descritos no vídeo-documentário por amigos, familiares e historiadores”, relata.

A intenção do grupo, desde o início, era falar sobre a ditadura militar, segundo o estudante. “Porém, faltava um recorte e um pano de fundo para esse tema. Durante uma conversa com o nosso orientador, o professor Fabrício, surgiu a história da Madre Maurina. Começamos a pesquisar sobre ela e nos apaixonamos pelo assunto”, comenta.

Para o desenvolvimento da produção, ele conta que dispunha de poucas informações disponíveis para pesquisas e poucas publicações que falavam sobre a vida da religiosa. “O que nos ajudou foram as entrevistas com pesquisadores e pessoas que conviveram com ela. Durante o trabalho de pesquisa, utilizamos, com muita frequência, jornais impressos e relatórios da Comissão Nacional da Verdade, além das fichas de presos políticos, do DOPS, e o arquivo de nossos entrevistados, que foi fundamental, dada a falta de material disponível”, relembra Leite Junior.

Ele ressalta que se trata de “uma história muito emocionante, de uma religiosa que, mesmo diante da dor da tortura, perdoou todos os seus malfeitores”. “Mesmo com tantas incógnitas ainda a serem exploradas, o vídeo-documentário tentou retratar da forma mais fiel possível o que motivou a prisão da religiosa, os momentos de dor que sofreu, e os boatos de que teria sido estuprada e engravidado de um militar, até o seu retorno ao Brasil. Todos os entrevistados tiveram algum envolvimento com Madre Maurina, seja por vínculo familiar, por pesquisa, ou por convívio, o que reforça a tentativa de preencher as lacunas dessa história”, aponta.

Para Paula, é gratificante e um reconhecimento ter a oportunidade de ver seu projeto experimental exibido na TV Cultura. “Foi um trabalho que suamos muito para conseguir todas as informações – mais de oito horas de imagens. Além disso, é um estímulo para os demais alunos que estão se formando. Que eles possam buscar temas ricos e contribuir para a história, que tem que ser registrada e valorizada. A parceria é uma iniciativa muito boa. É uma motivação a mais”, ressalta.

Mazocco está orgulhoso por seus ex-orientandos. “É gratificante, não só pelos estudantes, mas pelo curso, por meio do trabalho que tem sido desenvolvido. O resultado está aí. É um ótimo documentário, tanto pela qualidade quanto pelo conteúdo, que é uma história marcante na ditadura brasileira. Eles correram atrás para conseguirem o material para a produção, um papel que o jornalista exerce e que vem colocar mais uma peça nesse contexto, e colaborar como um todo”, comenta.

O docente responsável pelos projetos experimentais do curso de Jornalismo, Luiz Carlos Messias da Silva, explica que o “Campus em Ação” tem como proposta a exibição da produção acadêmica televisiva das universidades. “Na disciplina ‘Projetos Experimentais’ da graduação, temos a modalidade vídeo-documentário, em que são produzidos anualmente diversos vídeos a respeito de temas de interesse da região de Araraquara. São assuntos de personagens importantes. É a contribuição da graduação para o conhecimento e o resgate de parte da história e que, agora, com a difusão pela TV Cultura, ganham uma nova abrangência”, finaliza.

Paula agradece aos professores do curso de Jornalismo da Uniara, “em especial ao orientador, Fabrício, aos professores Luiz Carlos Messias da Silva e Luciane do Valle, e à coordenadora do curso, Elivanete Zuppolini Barbi”. “Levaremos os ensinamentos para o resto de nossas vidas”, conclui.

O teaser de “Todos estão perdoados” pode ser visualizado no link https://goo.gl/ZmCAmn. Informações sobre o programa “Campus em Ação”, exibido aos sábados, às 11h, e às quintas-feiras, à 0h (horário alternativo), estão disponíveis no endereço http://tvcultura.com.br/programas/campusemacao. Detalhes sobre a graduação de Jornalismo da Uniara podem ser obtidas no endereço www.uniara.com.br ou pelo telefone 0800 55 65 88.

About Beto Fortunato
Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *