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Facção planejava executar promotor de Justiça em Roraima 

Facção planejava executar promotor de Justiça em Roraima
  Alvo de ameaças era Carlos Paixão de Oliveira, responsável por coordenar as ações do grupo feitas por criminosos em liberdade

12:46 |ESTADÃO CONTEÚDO | 2018JUL07 | 

Primeiro Comando da Capital (PCC) planejava matar o promotor de Justiça Carlos Paixão de Oliveira, de Roraima. O crime estava sendo planejado por Sérgio Souza da Silva, chefe da facção que ocupava a função de “Geral da Rua” no Estado. Geral da Rua é o responsável por coordenar as ações do grupo feitas por bandidos em liberdade.

Souza pediu autorização para executar o crime à Sintonia dos Estados e Outros Países – que chefiou interinamente a facção durante o tempo em que Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, ficou isolado na prisão em 2017. A prova da Promotoria são mensagens SMS passadas pelo acusado, um dos 75 denunciados na Operação Echelon.

“Localizei promoto (sic) do estado”, diz a mensagem. “(Ele) anda normal na rua já aqui na capital”, continua o texto. “Quero pega (sic) um agente, quero faz (sic) dois tabuleiro mas preciso dessa determinação.” Tabuleiros é como os criminosos chamam o planejamento de uma ação, que pode ser a morte de um agente público ou de um “lixo”, como são chamados os bandidos rivais da organização.

Quem autoriza os atentados era sempre a Sintonia dos Estados e Outros Países, composto por sete integrantes, na qual se destacavam os presos Claudio Barbará da Silva, o Barbará, e Célio Marcelo da Silva, o Bin Laden. Abaixo da sintonia estava o Resumo dos Estados, onde atuavam Rafael Silvestri da Silva, o Gilmar, e Adriano Hilário dos Santos, o Kaique.

Gilmar e Kaique eram consultados quando chefes estaduais do PCC decidiam matar desafetos e integrantes de facções como o Comando Vermelho (CV) e a Família do Norte (FDN). É assim que Kaique ordenou no dia 28 de setembro de 2017 o assassinato de um jovem supostamente ligado ao CV em Mato Grosso do Sul. “Faz um vídeo e ranca (sic) a cabeça dele fora. Eu quero que ‘ranca’ a cabeça dele fora”, ordena Kaique. O subordinado quer ter certeza da ordem e pergunta: “Já pode matar então?”. Kaique responde que sim. “Pode cortar a cabeça dele, é CV confirmado, certo?”

Quatro horas depois, o comparsa telefona para Kaique e diz que já enviou o vídeo. A interceptação mostra que Kaique não o havia visto. “Deixei o outro celular em casa.” E pergunta: “Rancou (sic)?”. O comparsa responde que sim. “Da hora, da hora. Vamos pegar o próximo agora.”

Em outra oportunidade, Gilmar manda “arrancar o coração” da vítima, “passar o facão”, que o “chicote vai estalar”. “Tira foto para nós”, recomenda o chefe ao subordinado. “Demorô”, responde o comparsa.

Dedos. O PCC fez em 2017 uma lista de pessoas juradas de morte em cada Estado, a maioria delas supostos integrantes de facções rivais – a guerra entre elas é resultado da disputa pelo domínio de rotas do narcotráfico no País. Kaique diz o que deve acontecer com uma delas em um telefonema em 10 de setembro de 2017. “Já falou bastante. Arranca os dedos e a orelha, mano. Fala que é para fazer um vídeo da hora.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

About Beto Fortunato
Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

Beto Fortunato

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