9:02 |ÚLTIMO SEGUNDO |2018JUL30|

Depois de passar quase oito meses presa em Israel, Ahed Tamimi, a jovem de 17 anos que é ícone da resistência palestina contra a ocupação israelense, foi liberada na manhã deste domingo (29).

Ahed Tamimi foi detida em dezembro de 2017, quando enfrentou soldados israelenses no pátio de sua casa, na Cisjordânia. As imagens viralizaram no mundo inteiro, tornando-a símbolo da resistência palestina .

Junto da jovem, sua mãe – que havia sido detida ao se envolver no confronto – também foi solta na mesma ocasião, e as duas deixaram a prisão Sharon, em Israel, neste domingo. As duas encontraram familiares na cidade de Nabi Saleh, na Cisjordânia, onde vivem.

Manifestantes acompanharam a chegada da garota na cidade até sua casa. A multidão clamava: “Queremos viver livres!” durante todo o trajeto.

Diante de um mar de câmeras, Ahed agradeceu o apoio e conversou com os jornalistas. “A resistência continua até que a ocupação termine”, afirmou.

A jovem também encontrou amigos que perderam familiares no confronto com soldados israelenses. Em seguida, se digiriu à cidade de Ramallah, onde colocou flores no túmulo do ex-presidente palestino Yasser Arafat. Na sede da Autoridade Palestina, foi recebida pelo presidente Mahmoud Abbas.

Ícone da resistência palestina

Ahed Tamimi se tornou conhecida no mundo todo depois que um vídeo em que ela e a prima, Nour, enfrentam dois soldados israelenses. As imagens circularam por várias redes sociais e tomaram os veículos da imprensa internacional e a jovem, com apenas 16 anos na época, foi presa dias depois. Nour foi libertada em março.

Os defensores dos direitos humanos consideram o caso da adolescente como ilegal e sua repercussão ajudou a destacar irregularidades dos tribunais militares israelenses, que praticamente só condena palestinos .

“Prendendo uma criança durante oito meses – por convocar protestos e dar tapas em um soldado – reflete uma discriminação endêmica, a ausência de um procedimento oficial e um tratamento doentio às crianças. Ahed Tamimi está livre, mas centenas de crianças palestinas continuam presas com pouca atenção a seus casos”, tuitou Omar Shakir, diretor da Ong Human Rigts Watch em Israel.

Para os palestinos, a jovem é considerada o símbolo da resistência palestina e da luta contra a ocupação israelense em territórios palestinos. No entanto, para muitos israelenses, a garota é instrumentalizada por sua família e já havia se envolvido em outros incidentes violentos com soldados.