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Mais de 27 mil pessoas foram assassinadas na Venezuela

Mais de 27 mil pessoas foram assassinadas na Venezuela, relatório aponta seis fatores que fazem aumentar a violência na Venezuela

O Observatório Venezuelano de Violência (OVV) divulgou nesta terça-feira (29) números que indicam que 27.875 pessoas foram assassinadas na Venezuela desde janeiro, o que equivale a uma taxa de 90 homicídios por cada 100 mil habitantes.

Os dados indicam que o país é dos mais violentos da América, dado que “uma em cada cinco pessoas assassinadas é venezuelana”, superando a Honduras que, no ano passado, ocupava o primeiro lugar, de acordo com o OVV.

“Uma vez mais, enfrentamos uma ausência total de informação oficial sobre os homicídios (…) depois de 12 anos de censura oficial da informação sobre criminalidade”, refere um relatório da organização não-governamental distribuído em Caracas.

Neste sentido, o OVV indica que os investigadores de sete universidades públicas e privadas que integram o OVV se viram na obrigação de oferecer ao país um balanço sobre a situação de violência. Segundo o documento, a que a agência de notícias Lusa teve acesso, a divulgação dos dados apresenta-se como uma “obrigação”, mas também como um “protesto”, uma vez que o Estado também deixou de divulgar “os números de pobreza, da inflação, da escassez (de produtos), do contágio de doenças (…) e de toda a condição indicadora das reais condições de vida da população venezuelana”.

Por outro lado, explica que os dados correspondem à soma de homicídios, averiguações de morte e resistência à autoridade, precisando que para as autoridades venezuelanas os casos de milhares de mortes de pessoas que morreram na sequência de disparos de armas de fogo “ficam de fora” da categoria de homicídios “por ter uma intenção não determinada”.

“Em outros casos, milhares também, em que a morte ocorre como consequência de uma ação do Estado, policial ou militar, classificam-se e arquivam-se como resistência à autoridade”, precisa o documento, sublinhando que “nem todos os confrontos com as autoridades terminam em homicídio, nem toda a morte em averiguação tem que ser o resultado de um ato violento”.

Segundo o OVV, apesar da “pouca transparência” e da “censura”, há “abundantes evidências” de casos de “execuções de pessoas desarmadas, talvez supostos criminosos, que foram filmados por observadores casuais e que depois foram registrados como casos de resistência à autoridade”.

O relatório aponta seis fatores que fazem aumentar a violência na Venezuela: uma maior presença do crime organizado (controlo territorial, tráfico de droga e sequestros); uma maior deterioração dos organismos de segurança do Estado (semanalmente semana vários policiais são assassinados, a politização dos cargos e baixos salários).

Também o aumento da “privatização da segurança” perante a ausência de castigo a criminosos, a “militarização repressiva” e o “empobrecimento da sociedade, acompanhado pela impunidade generalizada”.

“Finalmente, a destruição institucional de que o país continua a padecer é o fator explicativo mais relevante do aumento sustentado da violência e do delito”, afirma o documento do OVV, segundo o qual há registro de que em 2013 foram assassinadas 22.782 pessoas, 77,5 por cada 100 mil habitantes.

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Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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