Economia & Negócios

‘Não podemos pagar um mico internacional’, diz Moreira Franco

‘Não podemos pagar um mico internacional’, diz Moreira Franco    
Na sexta-feira (17), o governador em exercício do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles (PP), decretou o estado de calamidade pública
13:22| 20/06/2016
Socorro Financeiro

O secretário-executivo do PPI (Programa de Parceria em Investimentos), Moreira Franco, defendeu nesta segunda-feira (20) o socorro financeiro do governo federal ao Estado do Rio. E ressaltou que a realização dos Jogos Olímpicos é uma razão a mais para que a situação seja tratada como prioridade.

“O Estado vive uma situação terrível. Os funcionários e os aposentados não estão recebendo. Os serviços essenciais estão parando. E evidentemente neste quadro é necessário não só ajudar os servidores, o Estado, como também não podemos pagar um mico internacional”, disse ele.

Na sexta-feira (17), o governador em exercício do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles (PP), decretou o estado de calamidade pública. O documento alegava que a situação financeira impedia honrar compromissos assumidos para a Olimpíada.

O decreto abriu caminho para que o Estado do Rio receba R$ 2,9 bilhões do governo federal que serão destinados ao pagamento de servidores públicos e à conclusão das obras da linha 4 do metrô, construída para os Jogos.

Com a medida, outros Estados brasileiros tendem a pressionar mais o governo federal por auxílio. Moreira Franco afirmou que o Estado do Rio tem uma razão a mais para receber esta verba: a Olimpíada, em agosto.

“Existe uma questão que distingue o Rio de outros Estados, que é a realização da Olimpíada”, disse Moreira Franco, após participar da abertura de um seminário da FGV (Fundação Getulio Vargas), em Botafogo, zona sul do Rio.

Ex-governador do Rio, Moreira Franco evitou confirmar o valor da ajuda federal e detalhar a aplicação dos recursos. Disse que a expectativa é que se “encontre uma solução”. Ele responsabilizou o governo federal por parte da crise instalada às vésperas dos Jogos Olímpicos.

“Nós vimos nesses anos todos que o governo federal, na gestão de Lula e da Dilma, assumiu compromissos [relativo à Olimpíada] que não foram cumpridos”, disse ele, que foi ministro da Aviação Civil no primeiro mandato do governo Dilma Rousseff.

Moreira participou do jantar da última quinta-feira (16) no Palácio do Jaburu, em Brasília, no qual foram acertados os detalhes do socorro federal ao Estado do Rio e a decretação de calamidade pública financeira.

Perguntado se a decisão de decretar o estado de calamidade pública a poucas semanas da Olimpíada não teria gerado uma repercussão internacional negativa, Franco voltou a afirmar que o “mico” internacional seria ter problemas na Olimpíada.

“Negativo seria pagarmos um mico deste tamanho. Precisamos ter a grandeza e coragem para ver as dificuldades”, disse ele.

INVESTIMENTOS

Durante seu discurso na abertura do seminário da FGV, Franco não comentou a situação do Estado do Rio e focou nas dificuldades de se atrair investimentos para o país em um momento de incertezas políticas e econômicas no Brasil.

Franco disse que somente dois países no mundo têm dois chefes de estados: o Brasil, com o afastamento de Dilma Rousseff e a presidência interina de Michel Temer; e o Vaticano, com os papas Francisco e Bento XVI.

“Do ponto de vista político institucional, eu não conheço uma situação tão crítica como a que estamos passando. A presidente da República afastada, o presidente da Câmara, segundo na hierarquia, afastado, e recentemente, presidente do Senado com pedido de prisão no Supremo Tribunal”, concluiu. Com informações da Folhapress.

Estadão

 

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Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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