Eleições 2018

Presidenciáveis mudam discurso e defendem posições que antes criticavam

Presidenciáveis mudam discurso e defendem posições que antes criticavam
Quando a memória falha ainda é possível ir ao Google ou às redes sociais para se certificar daquilo que foi dito em outro “momento”

07JAN2018|  10:47 - Presidenciáveis - Vá ao Google   - Foto:  © REUTERS / Paulo Whitaker

Rosto velho, roupa nova. A expressão “se não me falha a memória…” deverá ser muito usada neste ano eleitoral. Afinal, “se não me falha a memória”, o candidato que hoje prega contra a reforma da Previdência já foi mais simpático às mudanças no setor. “Se não me falha a memória”, outro presidenciável que hoje garante que vai privatizar diversas estatais já jurou que jamais tocaria em nenhuma delas. Políticos realmente mudam de opinião ou apenas adaptam seus discursos de acordo com a plateia ou conveniência eleitoral?

Quando a memória falha ainda é possível ir ao Google ou às redes sociais para se certificar daquilo que foi dito em outro “momento”. Veja o caso do deputado e presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que acaba de se acertar com o PSL e reforça a ideia de ser um defensor da economia de mercado. Recentemente, Bolsonaro escreveu que “o Brasil precisa de um Banco Central independente!”. Para ele, com a independência do BC, “profissionais terão autonomia para garantir à sociedade que nunca mais presidentes populistas colocarão a estabilidade do País em risco”.

Em 2016, porém, questionado sobre o tema, proferiu: “Daí eles decidem a taxa de juros de acordo com os interesses dos colegas do mercado financeiro? Então é melhor o pessoal do BC governar o País como se uma junta fosse”. Procurada, a assessoria do deputado informou que ele não se manifestaria.

Além de Bolsonaro, outros presidenciáveis também mudaram ou adaptaram seus discursos. Se hoje o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chama a reforma da Previdência de “crime contra o povo mais pobre”, em 2015 ele pensava um pouco diferente. Em entrevista, Lula falou: “A gente morria com 60 anos de idade, com 50 anos de idade, agora a gente tá morrendo com 75 (…). Você não pode ficar com a mesma lei que você tinha feito há 50 anos”.

Questionada, a assessoria do petista afirmou que não há contradição e que Lula é contra “essa reforma da Previdência, proposta por Michel Temer”.

Já o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que, em novembro passado, declarou que “um terço das estatais federais foi criada pelo PT e que a maioria delas deve ser privatizada”, já teve opinião diferente. Na eleição de 2006, quando disputou o segundo turno com Lula, ele dizia não existir nenhum projeto de privatização. “Vamos investir em empresas públicas, como Banco do Brasil, Correios, Caixa e Petrobrás.” Na mesma eleição, Alckmin chegou a vestir jaqueta com o logotipo de estatais para indicar que não iria privatizá-las.

Questionado agora, o tucano disse que em 2006 procurou “contestar Lula”. “Ele dizia que eu ia privatizar Banco do Brasil e Petrobras. Eram mentiras. Mas eu sempre fui favorável à redução do tamanho do Estado”, afirmou.

Discursos

Para o cientista político Claudio Couto, da Fundação Getulio Vargas (FGV-SP), essas “reorientações de discursos” têm ocorrido em um grau cada vez mais forte. “Isso acontece porque o discurso que se faz dentro dos partidos para animar as militâncias costuma ser muito diferente do discurso que é produzido para conquistar o eleitor comum.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Coreia do Norte aceitou o convite de Seul para realizar uma reunião de alto nível no próximo dia 9 de janeiro para debater a participação de Pyongyang nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang, que ocorrem entre 9 e 25 de fevereiro. Essa será a primeira reunião entre os dois governos em mais de dois anos e surge após a diminuição das ameaças de Kim Jong-un contra os vizinhos. + Ao contrário de Obama, Trump aperta cerco à maconha Na mensagem de fim de ano, o ditador norte-coreano continuou a provocar os Estados Unidos de Donald Trump, mas desejou "um sucesso verdadeiro" para as Olimpíadas sul-coreanas - ressaltando que pensava em mandar uma delegação para o outro lado da fronteira. No dia seguinte, Seul convidou os norte-coreanos para uma reunião na "cidade da trégua", Panmunjon, que fica próxima à fronteira das duas nações na chamada área de desmilitarização. Como resposta, a Coreia do Norte reativou um canal de comunicação por telefone e, após cinco conversas, de acordo com a mídia local, houve um acordo para marcar a reunião. (ANSA)

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Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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