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Alunos de Nutrição da Uniara desenvolvem receitas para a Páscoa, direcionadas a pessoas com restrições alimentares

|  IDNews | Assessoria de Imprensa Uniara | Foto: © Uniara

Atividade foi realizada na Cozinha Experimental da universidade

No início de março, alunos do curso de Nutrição da Universidade de Araraquara – Uniara desenvolveram receitas para a Páscoa com alimentos selecionados para pessoas com diferentes tipos de restrição alimentar. A atividade, supervisionada pelas professoras Graziela Alves Zanotto Lopes e Patrícia Meciano Simone Barreto, foi realizada na Cozinha Experimental da instituição. As receitas podem ser conferidas no link https://goo.gl/GPy5oJ.

“A Páscoa é uma das mais importantes festividades do calendário cristão. Essa data comemorativa originou-se com os judeus e teve seu sentido ressignificado após a crucificação de Cristo. Algumas características da Páscoa moderna também possuem elementos herdados de povos pagãos. É uma celebração de data móvel, e o seu significado mais conhecido – o cristão – relembra a crucificação e a ressurreição de Cristo. A palavra ‘páscoa’, no idioma português, deriva dos termos ‘Pessach’, no hebraico, ‘Pascha’, no latim, e ‘Paskha’, no grego”, explicam as docentes.

Elas comentam que a páscoa “é recheada de símbolos representativos, assim como todas as celebrações religiosas”. “O coelho, por exemplo, se tornou um dos principais símbolos dessa festividade. Acredita-se que representava a fertilidade e o ressurgimento da vida. O ovo também é um símbolo, pois representa o começo da vida”, dizem.

No antigo Egito, na Pérsia, na Grécia e em Roma, de acordo com as professoras, os ovos eram dados como presente para celebrar a chegada da primavera, e cozidos e comidos durante as celebrações. “Essas culturas consideravam o ovo como símbolo do universo, como o princípio da vida. No entanto, sua relação com a Páscoa só chegou à Europa por volta do século XV. Supõe-se que foram os missionários e os Cruzados que levaram à Europa Ocidental o costume de se usar os ovos como presentes de Páscoa que, naquela altura, eram pintados de vermelho para representarem o sangue de Cristo”, esclarecem.

Graziela e Patrícia também mencionam que, por volta do século XVII, apareceram os primeiros ovos de chocolate, “e mais tarde, na década de 60, os ovos plásticos recheados com outros pequenos, de chocolate ou bombons”. “Mas é importante não esquecer que a Páscoa vai muito além da simples troca de ovos. É um momento de reflexão e que remete à existência de Cristo, tendo uma forte conotação religiosa. Contudo, acordar de manhã e procurar os deliciosos e coloridos ovos, escondidos pelos coelhinhos da Páscoa, é um costume que não pode ser esquecido, pois além de ser muito divertido, remete-nos às maravilhosas lembranças da infância”, destacam.

Restrições alimentares

“Nesses períodos de festividades, faz-se necessário pensar nas pessoas que apresentam necessidades alimentares especiais e, assim, foram desenvolvidas receitas para as seguintes restrições: hipercolesterolemia, doença celíaca, e intolerância à lactose e alergia à proteína do leite”, detalham as docentes.

Hipercolesterolemia

“É definida como a presença de uma quantidade de colesterol acima da faixa de normalidade – acima de 200 mg/dL em adultos – no sangue. O colesterol – HDL, o LDL e o VLDL – é transportado no sangue, ligado a uma proteína. O problema principal reside no LDL elevado, pois leva o colesterol para a circulação, permitindo o seu depósito nas paredes das artérias. Esse constante acúmulo resulta na formação de placas de gordura que, com o tempo, podem levar a uma obstrução do fluxo de sangue nas artérias do coração ou do cérebro”, alertam Graziela e Patrícia.

Já o HDL, segundo elas, apresenta um efeito protetor sobre o sistema cardiovascular, “uma vez que levam o colesterol para o exterior dos vasos sanguíneos”. “O VLDL também é encarregado de transportar o colesterol endógeno para os tecidos circunvizinhos, para serem armazenados ou utilizados como fontes de energia”, completam.

Intolerância à lactose e alergia à proteína do leite

“Há uma diferença entre elas. A alergia se dá por uma reação do sistema imunológico às proteínas do leite da vaca. A intolerância acontece quando o organismo se mostra incapaz, de forma parcial ou total, de digerir a lactose, ou seja, o açúcar que existe no leite e nos alimentos derivados dele. A alergia é mais comum em crianças, principalmente bebês. Já a intolerância é mais comum em adultos e idosos”, esclarecem as professoras.

Ambas detalham que os sintomas da alergia podem ser gástricos, como vômitos, cólicas, diarreia, dor abdominal, prisão de ventre, presença de sangue nas fezes e refluxo; dermatológicos, como urticária, dermatite atópica de moderada a grave, e respiratórios, como asma, chiado no peito e rinite. “A criança pode ter reação anafilática, baixo ganho de peso e crescimento. As reações podem ocorrer após a ingestão de leite de vaca ou derivados, de forma persistente ou repetitiva. Essa incapacidade ocorre em organismos que não produzem, ou produzem em quantidade insuficiente, uma enzima digestiva chamada lactase, responsável por decompor a lactose”, explicam.

Quando a lactose não é absorvida, chega intacta ao intestino grosso, acumulando-se e sofrendo fermentação pelas bactérias que fabricam o ácido lático e os gases intestinais, segundo Graziela e Patrícia. “Com isso, os pacientes passam a apresentar problemas como retenção hídrica e sintomas como diarreias e cólicas. Distensão abdominal, cólicas, flatulência, náuseas, ardor anal e assaduras também são relatados pelos pacientes”, apontam.

Algumas pessoas apresentam intolerância à lactose por uma deficiência congênita, “isso é, a pessoa já nasce sem condições de produzir a lactase”. “Em outros casos, há uma redução progressiva de sua produção que, geralmente, começa na adolescência e persiste até o final da vida, sendo essa a forma mais comum da doença”, apontam as docentes.

Doença celíaca

“É uma doença genética que envolve fenômenos disabsortivos decorrentes da lesão da mucosa intestinal induzida pela ação do glúten. Trata-se de uma resposta de hipersensibilidade à gliadina – porção proteica do glúten e solúvel em álcool. É um intenso processo crônico na mucosa intestinal: o achatamento vilositário – limita área disponível para absorção dos nutrientes -, ou seja, ocorre o processo de má digestão e absorção dos nutrientes. Mais de um milhão de brasileiros têm doença celíaca e não sabe”, finalizam Graziela e Patrícia.

Informações sobre o curso de Nutrição da Uniara podem ser obtidas no endereço www.uniara.com.br ou pelo telefone 0800 55 65 88

About Beto Fortunato
Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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