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Após vitória de ‘geração Greta’, Merkel aperta o passo de lei climática

Após vitória de ‘geração Greta’, Merkel aperta o passo de lei climática

O Tribunal Constitucional concordou com o argumento dos ativistas ambientais, de que a lei de Merkel praticamente acabava com suas liberdades futuras, já que seria preciso fazer sacrifícios muito maiores para evitar o aquecimento global


Após vitória considerada histórica da chamada “geração Greta” -jovens de cerca de 20 anos cuja prioridade é evitar a mudança climática-, o governo alemão apresentou uma proposta mais dura para sua lei climática.

A medida atende a uma ordem do principal tribunal do país, que considerou inconstitucional o plano do governo Merkel, por empurrar para o futuro a maior parte do fardo de cortar emissões de gases de efeito estufa.

O Tribunal Constitucional concordou com o argumento dos ativistas ambientais, de que a lei de Merkel praticamente acabava com suas liberdades futuras, já que seria preciso fazer sacrifícios muito maiores para evitar o aquecimento global.

Pela nova proposta, o corte de emissões até 2030 passa de 55% para 65%. O plano também prevê que a Alemanha alcance emissão líquida zero em 2045, e não mais em 2050. O gabinete de Merkel deve aprovar os números na próxima semana.

A Justiça havia dado prazo até o fim de 2022 para que o governo detalhasse novas metas, mas o governo tem pressa devido às eleições nacionais de setembro, nas quais será escolhido o sucessor de Merkel -que deixa o governo após 16 anos.

Com exceção da crise de saúde, a defesa do ambiente foi citada como a principal preocupação dos alemães na mais recente pesquisa Eurobarômetro, e o tema, que terá espaço certo nos debates eleitorais, já aparece nas intenções de voto.

Pesquisas eleitorais mostram popularidade crescente dos Verdes, enquanto os números da União (CDU-CSU) de Merkel estão em baixa. Em alguns levantamentos , Annalena Baerbock, recém-apontada candidata verde, já aparece na frente do candidato conservador Amir Laschet.

Ao apresentar as novas metas, a ministra do Meio Ambiente, Svenja Schulze, disse que elas são uma “oferta justa para a geração mais jovem”. “Cada década, cada geração, assumirá sua responsabilidade.”

Embora integre o gabinete de Merkel, a ministra é do social-democrata SPD, que faz parte da coalizão no poder, mas concorre com candidato próprio em setembro. As rusgas no bloco governista já haviam aparecido após a decisão da Justiça, quando o ministro das Finanças e candidato do SPD, Olaf Scholz, criticou a CDU por ter pisado no freio ao elaborar a lei sob pressão do setor industrial.

As indústrias são uma das áreas mais afetadas pela decisão de cortar a emissão de gases de efeito estufa -substâncias que absorvem parte dos raios de sol e redistribuem essa radiação na atmosfera, aquecendo o planeta-, porque isso envolve mudar suas estruturas de produção e até mesmo suas estratégias de mercado.

Entre os principais gases de efeito estufa estão o gás carbônico (CO2), produzido na queima de combustíveis como gasolina e diesel, e o metano, liberado em atividades agropecuárias. Acelerar as metas implica alterar mais rapidamente áreas como transporte, produção de alimentos, construção, produção de energia e manejo de florestas, além dos processos industriais.

A emenda apresentada pelo governo alemão também detalha melhor como será a redução, cumprindo uma das exigências do tribunal. A ideia é que as emissões de gases de efeito estufa sejam reduzidas em 25% na década de 2020, 23% na década de 2030 e 12% na de 2040, quando os cortes acumulados chegarão a 88%, segundo a ministra.

| IDNews® | Folhapress | Via NMBR |Brasil

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Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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