Araraquara

Araraquara participa do dia internacional dos museus em 18 de maio

Araraquara participa do dia internacional dos museus em 18 de maio
Projeto ‘Fachadas do Tempo e Acervos Históricos’ acontece em rede intercidades para museus, arquivos e bibliotecas no interior de São Paulo e visa destacar instituições na projeção do passado em parceria com a FFCLRP da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto

8:25 |Théo Bratfisch | 2018MAY18 |

Comemorado anualmente em 18 de Maio, o Dia Internacional dos Museus foi criado em 1977, através da iniciativa do ICOM – Conselho Internacional de Museus, um organismo que integra a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). O objetivo desta data é incentivar a população ao hábito de visitar e apreciar os museus, seja de arte moderna, clássica ou contemporânea, dentre outras.

As quatro cidades participantes do projeto ao mesmo tempo em rede intercidades a partir das 19 horas, são, Araraquara na Praça Pedro de Toledo, Mococa na Casa de Cultura Rogério Cardozo, Ribeirão Preto no Campus USP na Rotatória da Avenida Zeferino Vaz e em Sertãozinho no Centro Municipal de Memória.

Em Araraquara, o evento ao Dia Internacional dos Museus será realizado por iniciativa da ABATur – Associação de Bueno de Andrada para Cultura e Turismo Rural em parceria com a Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto e apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Gerência Municipal de Museus, Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos, com apoio cultural de Morvillo Materiais de Construção. Em Mococa a ação se realizada em parceria da OAB Cultural e Eventos com a Prefeitura Municipal, em Ribeirão Preto pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras – BCID/USP-RP e em Sertãozinho com apoio da Prefeitura Municipal.

A programação de Araraquara, no dia 18 de maio de 2018, se inicia às 9 horas com a finalização da ação comunitária para pintura de revitalização de pichações grotescas nas paredes externas do Museu Histórico e Pedagógico Voluntários da Pátria e no Monumento Fonte-Chafariz. Das 19 às 22 horas, ocorre a projeção na fachada do prédio, do trecho do filme documentário ‘Araraquara – Memórias de uma Cidade’ do cineasta Renato Barbieri, reproduzindo-se a cena de invasão da cadeia para o linchamento dos irmãos Brito, no mesmo prédio inaugurado em outubro de 1898 que hoje é tombado pelo Condephaat.

Ao mesmo tempo, na fachada da Escola Antonio Joaquim de Carvalho, também tombada pelo Condephaat, que comemora 100 anos em 2018 e localizada na mesma praça, será projetada uma imagem fotográfica de colheita de café em referência ao Coronel Antonio Joaquim de Carvalho, fazendeiro de café no município de Araraquara, envolvido no acontecimento do crime hediondo que causou pecha injusta para Araraquara que ficou conhecida como ‘Linchaquara’. Os corpos dos irmãos Brito foram enterrados no Cemitério das Cruzes, afastado da cidade onde se enterravam pessoas vítimas de febre amarela e para se evitar manifestações populares na época, conhecido popularmente até os dias de hoje como Cemitério dos Britos.

O áudio de uma locomotiva à vapor sinalizando sua chegada com o tocar do sino, fará a ambientação da ação noturna, já que em 2018, se comemora 120 anos da ligação do trecho da linha férrea entre a estação ferroviária de Araraquara e a estação ferroviária do distrito de Bueno de Andrada, por onde o Coronel Carvalho escoava parte do café produzido na extinta fazenda Periquito no distrito rural onde se pretende implantar o Turismo Rural com equipamentos turísticos.

O projeto para ‘Museu-Arquivo-Biblioteca no interior de São Paulo: Instituições na Projeção do Passado’ envolve as instituições, museu, biblioteca, arquivo e a comunidade do ponto de vista da colaboração, interatividade e conectividade, ou simplesmente da apresentação de ideias compartilhadas. Os objetivos principais desse projeto é focar a importância do museu histórico através de exposições com dinâmica participativa, expondo a importância do acervo histórico como patrimônio. Divulgando assim o museu, arquivo e biblioteca. O projeto desdobra-se em um evento intitulado ‘Fachadas do Tempo e Acervos Históricos’ associando os elementos frontais dos edifícios dos museus, do arquivo ou da biblioteca e a função de guarda das coleções e objetos históricos, a função do livro e da leitura e do documento histórico na qualidade probatória e cultural.

O produto da ação em formato de projeções de imagens nos ambientes públicos, relacionadas com as descrições padronizadas, segundo normas descritivas do projeto científico com o objetivo de propagandear a urgência da necessidade da captação de recursos financeiros para se promover, revigorar e restaurar os museus, arquivos e bibliotecas do interior do Estado de São Paulo, além de interagir com a comunidade.

“Com o envolvimento de alunos, agentes culturais, voluntários e os governantes municipais e estaduais, na sustentação da estrutura institucional curadora e direcionada para a manutenção e continuidade delas, acredita-se, como educadores, nos rumos das instituições curadoras e educacionais paulistas, engrandecidas pelos sentidos multidisciplinares, sustentadas por vigorosas pesquisas científica, artística e histórica”, resume a coordenadora do projeto, a professora doutora Silvia Maria do Espírito Santo, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras pelo Departamento de Ciência da Informação e da Documentação da USP Ribeirão Preto.

Os princípios teóricos orientadores do projeto estão esboçados a partir das impressões deixadas pelas imagens provocativas do trabalho da artista Regina Silveira, realizadas nas décadas de 1960-1970, denunciando o crescimento de São Paulo, a ‘acumulação’ que denota a invasão de elementos como, sucatas de ferragens, carros quebrados, entre outros, poluidores da paisagem histórica. As imagens também denunciaram o acúmulo do lixo, ou cemitérios de carros nos arredores dos monumentos públicos de São Paulo, inclusive no Museu Paulista da USP e no seu entorno. Assim a artista plástica dignificou a função da ‘preservação monumental’ e ‘museológica’ ao denunciar a falta de planejamento urbano, o descaso, o abandono, a necessidade de ler os museus e os monumentos públicos como patrimônio, instituições que proporcionam o bem-estar coletivo, embora ameaçados.

Professores da área da Ciência da Informação e da Documentação da Universidade de São Paulo – USP Ribeirão Preto, procuram desenvolver um planejamento para a ‘mediação’ e ‘recepção’ da informação, compreendendo o fenômeno ‘informação’ em duas dimensões diferentes da materialidade e da imaterialidade, buscando-se aproximar as reflexões acerca da teoria e a identidade científica com os instrumentais das linguagens de recuperação informacional elaboradas sistematicamente.

Na sociedade moderna as demandas da preservação, no sentido amplo, estão relacionadas à problemática da gestão e do planejamento governamental, da universidade e das instituições públicas. A Ciência da Informação, após a revolução digital passou a indagar-se com a identidade que se preocupa com a sociedade e como Ciência Social Aplicada. Assim é relativamente consensual, entre os pares, que a área se atenha mais pelo problema da informação, do que lhe é imposto na complexidade da sociedade contemporânea.

O projeto científico que se apresenta, foi desenvolvido na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras – FFCLRP, pelo Curso Biblioteconomia e Ciência da Informação, por meio da Bolsa de Cultura e Extensão, através do Departamento de Educação, Informação e Comunicação – DEDIC.

 

Créditos:

Projeto para Museu-Arquivo-Biblioteca no interior de São Paulo: instituições na Projeção do Passado

Coordenação: Profa. Dra. Silvia Maria do Espírito Santo, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo – FFCLRP – Ciências da Informação e da Documentação.

Apoio: Programa Unificado de Bolsas de Estudo para Estudantes de Graduação – PUB.

Bolsistas: Sara Louise Caroni (Pedagogia) e Adriana Gastaldi (Biblioteconomia e Ciência da Informação) – FFCLPR – BCID.

Participação: Prof. Dr. Luciano Bachmann – FFCLRP – Física.

Produção local Araraquara: Teodoro Borelli Bratfisch.

Apoio local Araraquara: Secretaria Municipal de Cultura e Gerência Municipal de Museus, Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos.

Apoio cultural Araraquara: Morvillo Materias de Construção.

Serviço Araraquara:

Dia Internacional dos Museus em Araraquara | 2018

Dia 18 de Maio

Praça Pedro de Toledo s/n

Ação comunitária de pintura para revitalizar a fachada externa do Museu Voluntários da Pátria e do Monumento Fonte-Chafariz (serviço inicia em 16 de maio)

Das 9 às 17 horas

Projeto ‘Fachadas do Tempo e Acervos Históricos’ e Sarau Cultural Municipal

Das 19 às 22 horas

About Beto Fortunato
Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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