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Freguesia e rivalidade marcam duelos entre São Paulo e Palmeiras na Libertadores

Freguesia e rivalidade marcam duelos entre São Paulo e Palmeiras na Libertadores

O jogo desta terça-feira, pelas quartas de final da Libertadores, entra como um capítulo a mais da extensa rivalidade que cerca os dois times em confrontos pelo mais importante torneio sul-americano


O histórico de confrontos entre dois dos maiores clubes do Estado aponta uma ampla vantagem para o São Paulo (em oito jogos foram seis vitórias e dois empates). Mas pelo que vêm apresentando no Brasileiro, é o Palmeiras quem está com o favoritismo. Assim, o jogo desta terça-feira, pelas quartas de final da Libertadores, entra como um capítulo a mais da extensa rivalidade que cerca os dois times em confrontos pelo mais importante torneio sul-americano.

Uma história que começou em 1974, quando as duas equipes integraram o Grupo 2 da Libertadores juntamente com os bolivianos Jorge Wilstermann e Deportivo Municipal.

Campeão brasileiro e vice de 1973, respectivamente, Palmeiras e São Paulo se credenciaram à Libertadores e já alimentavam uma grande rivalidade não só do Estado, mas também no Brasil.

Bicampeão nacional em 72 e 73, o time do Parque Antarctica teve um desfalque considerável nos dois confrontos pela fase de grupos. Leão, Luís Pereira, Alfredo, Ademir, Leivinha e César não atuaram nos dois duelos por estarem com a seleção brasileira que se preparava para a Copa de 1974.

Também com um elenco forte, o São Paulo vinha de uma série de conquistas importantes no período. Em 71, por exemplo, foi bicampeão paulista em cima do Palmeiras com um gol de Toninho Guerreiro. No Estadual do ano seguinte, os dois times voltaram a ser finalistas e, desta vez, os palmeirenses ficaram com a taça.

Na Libertadores de 74, o São Paulo acabou se classificando em primeiro na chave. Triunfo de 2 a 0 sobre os palmeirenses na estreia da fase de grupos jogando no Morumbi. No Parque Antarctica, o Tricolor levou a melhor mais uma vez, venceu por 2 a 1, com gols de Mauro Madureira e Chicão, enquanto Ronaldo descontou.

O lateral Gilberto Sorriso, que esteve naquela partida, lembra bem dos embates e da rivalidade entre os dois elencos. “Eram as duas maiores forças do Brasil. Tínhamos um grande time também que era bastante competitivo. O Pedro Rocha comandava o meio-campo. Tanto é verdade que chegamos na final da Libertadores, mas infelizmente perdemos para o Independiente”, comentou o ex-lateral de 70 anos em conversa com o Estadão.

Um reencontro entre os dois rivais na Libertadores voltaria a acontecer somente 20 anos depois. Em 94, as duas equipes estavam novamente em evidência. Enquanto o São Paulo de Telê buscava o tri da Libertadores, o Palmeiras de Edmundo, Evair e companhia conquistaria o bi estadual e Brasileiro nesta temporada.

Os dois confrontos eliminatórios acabaram intervalados pela Copa do Mundo. No primeiro jogo, o Palmeiras massacrou o São Paulo, mas esbarrou na atuação de Zetti, que garantiu o 0 a 0. Na partida de volta, no Morumbi, a equipe de Telê garantiu a vaga com um 2 a 1. Euller fez os dois gols da vitória tricolor enquanto Evair diminuiu.

O ex-volante Amaral esteve no segundo jogo e lembrou da atmosfera que cercava os dois elencos. “Estava começando naquela época. A gente queria quebrar a sequência do São Paulo de todo jeito (era bi da Libertadores) e sabíamos que o vencedor certamente estaria, pelo menos, na final. E o São Paulo chegou na decisão, né?”, lembrou o jogador que, naquela partida substituiu Mazinho no segundo tempo.

O terceiro encontro entre os dois times aconteceria em 2005. E novamente, a supremacia são-paulina falou mais alto. Nos dois jogos pelas oitavas de final, foram duas vitórias. No primeiro duelo, no Parque Antarctica, a vitória veio num chute de fora da área de Cicinho, que garantiu o 1 a 0. Na volta, no Morumbi, um novo triunfo de 2 a 0, gols de Rogério Ceni e Cicinho definiu a vaga em favor dos são-paulinos.

Em entrevista ao Estadão, Cicinho coloca os dois confrontos contra o Palmeiras como os mais especiais que viveu com a camisa do São Paulo. “Não tem como esquecer. Na primeira partida, na casa dos palmeirenses, fiz um golaço de esquerda. Na volta marquei outra vez e tivemos uma bela atuação.”

O lateral-direito falou ainda da pressão que a equipe viveu por ter sido eliminado nas semifinais da Libertadores de 2004 pelo Once Caldas. “A pressão era muito grande. Mas a gente sabia do nosso potencial. E quando vencemos o primeiro duelo no Parque Antarctica, comemoramos muito mais do que a vitória que nos deu a classificação no Morumbi”, comentou.

No ano seguinte, um novo encontro entre São Paulo e Palmeiras acirraria ainda mais a rivalidade. A força e o entrosamento do time de Muricy Ramalho, no entanto, acabou falando mais alto.

No duelo de ida, empate por 1 a 1 na casa palmeirense deixou a decisão da vaga pelas oitavas de final para o duelo de volta. Edmundo e Aloisio foram os artilheiros da partida. Na volta, o então campeão da Libertadores confirmou o seu favoritismo atuando no Morumbi. O tento da vitória por 2 a 1 e da classificação veio dos pés do goleiro Rogério Ceni, em cobrança de pênalti.

No encontro desta terça, onde mais um capítulo começa a ser escrito, vamos ver se o tabu se mantém, ou o Palmeiras começa a mudar seu retrospecto em Libertadores diante do São Paulo.

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Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

Beto Fortunato

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