Araraquara

Gabriela Palombo aciona MP contra falhas em três programas de acolhimento

Gabriela Palombo aciona MP contra falhas em três programas de acolhimento, uma mulher de 41 anos, machucada, alcoolizada, há dez dias foi ao gabinete da vereadora Gabriela Palombo (PT) e pediu ajuda para ser internada
8:29| 01/04/2016
Ministério Público

O contato, então, foi feito com o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps-AD). A negativa do atendimento imediato, além de escancarar o não acolhimento revelou um problema maior: outros dois programas, o Cramas e o CREAS Pop estão deixando a desejar.

Até por isso, a vereadora Gabriela Palombo (PT) protocolou uma representação no Ministério Público denunciando possíveis irregularidades. Responsável por receber quem tem problemas com álcool e drogas, o Caps-AD enfrenta a ausência de médico psiquiatra, médico para triagem e terapeuta ocupacional, além da falta constante de medicamentos controlados

Muitas vezes esses pacientes procuram o órgão em surtos e violentos. “Há a necessidade de um segurança para que os funcionários não estejam vulneráveis, caso recebam algum paciente violento e necessitado de ajuda. O que não vem acontecendo há mais de dois anos. O órgão hoje, só funciona para o público das 7h às 13h, sendo que seu funcionamento deveria se dar até as 19h, nesse horário os poucos funcionários fazem serviços burocráticos. ”

Sobre o Centro de Referência Ambulatório de Saúde Mensal do Adulto (Crasma), órgão criado em 2000 com a proposta de atuar de maneira disciplinar no acompanhamento de pacientes com distúrbios psíquicos, os problemas são parecidos. Uma carta/denúncia enviada pelos funcionários à Câmara Municipal no dia 13 de abril, diz que 680 pacientes tiveram o acompanhamento interrompido, sem vagas de inclusão, existe uma demanda reprimida de lista de espera nos postos de saúde.

Segundo a denúncia, o CRASMA vem sofrendo com a falta de funcionários. Muitos se aposentaram e nenhum foi reposto, por vezes faltam receituários, medicamentos e material de trabalho para arquivar prontuários. “O Crasma é a porta de entrada para o retorno da saúde mental de alguém que foi acometido por algum distúrbio e mantém uma busca diária de reviver e reconstruir vínculos com a sociedade que integra”, enfatiza a vereadora.

Já o CREAS POP, responsável por atuar com um grupo populacional em pobreza extrema, de vínculos familiares fragilizados ou rompidos e em situação de rua, enfrenta problemas semelhantes de crise administrativa. A redução da jornada de trabalho afetou o trabalho e o atendimento só é feito das 8 às 13h.

E pior: “Os atendidos só podem fazer uma alimentação e um banho por ano. Isso é demonstração máxima de descaso frente a um grupo sem muita perspectiva. Esses órgãos deveriam amparar, proteger, acolher, mas estão vulneráveis sem garantir o direito da pessoa humana”, desabafa Gabriela Palombo.

No pedido de investigação, a parlamentar pede que o município, amplie a política interna de um banho e alimento no Centro Pop, que justifique a falta de medicamentos e de manutenção em outros programas, a reestruturação dos espaços que faltam profissionais, a revisão dos horários de funcionamento e a possibilidade de ofertar passagens de ônibus para as cidades de origens da população em situação de rua.

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About Beto Fortunato
Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

Beto Fortunato

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