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São Paulo engaveta projeto de ‘Nobel da arquitetura’ no Ibirapuera

São Paulo engaveta projeto de ‘Nobel da arquitetura’ no Ibirapuera
Mendes da Rocha foi contratado em 2015 pela gestão Haddad para dar uma “nova cara” ao parque

24FEV2018|  7:54 - Folhapress/Arquiterura  - Foto:  © Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas

Fernando Haddad (PT) e João Doria (PSDB) têm algo em comum além do cargo de prefeito de São Paulo: ambos desprezaram um projeto para o parque Ibirapuera elaborado por Paulo Mendes da Rocha, o mais premiado arquiteto brasileiro vivo.

Vencedor em 2006 do Pritzker Prize, espécie de Nobel da arquitetura, Mendes da Rocha, hoje com 89 anos, foi contratado em 2015 pela gestão Haddad para dar uma “nova cara” ao parque, com a revitalização do Pavilhão Lucas Nogueira Garcez, a Oca, e das suas adjacências.

O contrato de R$ 680 mil foi assinado em 18 de dezembro de 2015. No mês de janeiro seguinte, R$ 102 mil foram pagos ao arquiteto, que tem no currículo, entre outros trabalhos, o Museu Brasileiro da Escultura, o Sesc 24 de maio, o ginásio do clube Paulistano e a reforma da Pinacoteca.

O anteprojeto foi apresentado em 29 de março. No mês seguinte, ou seja, apenas 120 dias depois da contratação, ainda na gestão do petista, tudo começou a mudar. Ao alegar falta de recursos, a prefeitura suspendeu o contrato e engavetou o estudo elaborado por Mendes da Rocha. Um ofício com menos de 60 palavras foi enviado a ele.

“Comunicamos pelo pressente que, em face de dificuldades de empenho dos recursos destinados aos pagamentos relativos ao contrato nº 19/SMC-G/2015, a partir desta data ficam suspensos os serviços de projeto objeto do referido contrato”, dizia o documento de 16 de abril.

O texto não garantia a continuidade do projeto: “Informamos que, no caso da retomada dos trabalhos, os prazos para a realização dos produtos ainda pendentes serão estabelecidos por termo aditivo de contrato”.

Em dezembro passado, a gestão Doria, que pretende conceder o parque para a iniciativa privada, colocou uma pá de cal no assunto, decidindo rescindir o contrato com o arquiteto em razão também da “falta de recursos”.

“Essa situação revela uma vergonhosa falta de planejamento e um desrespeito ao trabalho intelectual”, afirma Lúcio Gomes Machado, professor aposentado de História da Arquitetura da USP e diretor do escritório GMMA. “Agiram como se estivessem comprando batatas”, diz.

Neste mês, a Folha teve acesso ao estudo “perdido” de Mendes da Rocha, que hoje se encontra num arquivo da Secretaria de Cultura. O arquiteto previa resgatar a ideia original de Oscar Niemeyer, transformando numa praça o estacionamento que hoje existe entre a Oca, o Auditório Ibirapuera e a extremidade norte da marquise.

Feita com piso permeável, a praça passaria a funcionar, de fato, como a entrada principal do parque. O acesso pelos portões 1 e 2 seriam reformulados, destinando-se exclusivamente aos pedestres. A entrada passaria a ter a sua extensão delimitada por duas pequenas marquises idênticas, hoje subutilizadas e descontextualizadas pelas mudanças que ocorreram ao longo dos anos.

A nova praça e a reformulação da entrada, bem como a readequação do sistema viário que deriva da avenida Pedro Álvares Cabral, permitiria uma maior integração entre o parque e a área verde do Obelisco, segundo o memorial descritivo do projeto. O documento preparado por Mendes da Rocha também faz recomendações para o pavilhão de exposições, a Oca, tanto do ponto de vista arquitetônico como de suas instalações técnicas.

O arquiteto propôs, por exemplo, a remoção “de elementos estranhos à sua linguagem arquitetônica”, que foram adicionados desde a última grande reforma, efetuada no ano de 1999. Cita entre esses elementos paredes de drywall que delimitam um espaço justaposto ao auditório “atrapalhando a legibilidade do salão de exposições do subsolo”.

Sugeriu ainda a construção de um túnel de comunicação do subsolo com a área externa, “sem ofender a arquitetura do edifício”, a fim de possibilitar aos usuários da Oca uma segunda rota de fuga. Procurado para comentar a suspensão e a posterior rescisão do contrato, o arquiteto não concedeu entrevista. Com informações da Folhapress.

O jogador Jefferson Reis, que espancou o gandula Tadeu Francisco no último domingo (19) durante a partida entre Operário e Comercial, pelo Campeonato do Mato Grosso do Sul, se pronunciou sobre o ocorrido. Ele, que teve contrato rescindido com o Operário na segunda (20), está arrependido e pediu perdão. "Queria mostrar que não sou esse Jeferson que estão vendo na imagem. Me arrependo muito e vou pagar por isso. Como já estou pagando", disse o atleta de 22 anos em entrevista à EPTV, afiliada da Rede Globo. Jefferson disse que Tadeu agrediu o massagista Raul, de 54 anos, e resolveu “defender” o profissional. “Perdi a cabeça porque ele agrediu um pai de família de 54 anos. Se ele fizesse o trabalho dele certinho, nada disso teria acontecido. Nosso massagista foi falar com ele, e ele o agrediu pelas costas. A briga estava rolando faz tempo. Só filmaram quando estava batendo”, afirmou. “Peço desculpa ao gandula, para a família dele. Para todo mundo que viu isso aí”, acrescentou Jefferson. “Na hora que entrei no vestiário, que tive que ir para delegacia depois, perguntei para mim mesmo: ''O que eu fiz com a minha vida'? Acabei com minha carreira". Ali meu mundo acabou. Foi quando liguei para meu pai, que só chorava. Ele sofreu muito para criar eu e meu irmão sem mãe. E acontece um negócio desse, repercussão no mundo todo. Minha família ligando, preocupada, teve ameaça, pessoas falando que iam me matar”, comentou. O gandula Tadeu Francisco teve o nariz quebrado. "Eu perdoo sim. O perdão é o melhor remédio para acabar com a mágoa no coração", disse Tadeu em entrevista ao UOL.

About Beto Fortunato
Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

Beto Fortunato

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