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CBF implementa o uso do VAR no Brasileirão, mas fará adaptação

CBF implementa o uso do VAR no Brasileirão, mas fará adaptação

| IDNews | Estadão Conteúdo|Via Notícias ao Minuto  |

Implantado nas finais dos principais estaduais do País, o sistema de vídeo ajudou em alguns lances, mas não impediu protestos

IDN/Esportes

Com a expectativa de diminuir os erros de arbitragem e deixar o resultado de campo “mais justo”, o Campeonato Brasileiro inicia neste sábado uma nova era: a do árbitro de vídeo, popularizado pela sigla VAR. O sistema será utilizado nos 380 jogos, mas a CBF admite que levará algum tempo até “cair no gosto” de clubes e torcida. O exemplo dos Estaduais mostrou que ainda falta muito para que o desempenho do VAR seja próximo ao da Copa do Mundo da Rússia.

Implantado nas finais dos principais estaduais do País, o sistema de vídeo ajudou em alguns lances, mas não impediu protestos. Na finalíssima do Carioca, por exemplo, o primeiro gol do Flamengo sobre o Vasco saiu de lance iniciado com impedimento. No Gaúcho, um pênalti marcado para o Grêmio graças a uma imagem congelada no vídeo gerou protestos por parte do Inter. No Catarinense, o VAR foi acionado para avaliar se a bola cruzou a linha em um pênalti cobrado pela Chapecoense contra o Avaí, mas a imagem foi inconclusiva – a Chape quer anular a partida no tribunal.

Na CBF, o discurso é que os Estaduais colaboraram para o uso do VAR no Brasileirão. “Foram um treinamento fundamental para que a gente conseguisse ter uma melhora da nossa performance no Campeonato Brasileiro”, afirma o novo presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba. “Não podemos comparar a experiência de Copa do Mundo com a dos Estaduais. Aqui estão experimentando pela primeira vez, lá tinha um quadro de árbitros de vídeo formado, eram todos especializados.”

Gaciba admite que o sistema está sujeito a falhas: “O objetivo do árbitro de vídeo não é chegar a 100% de acerto. Ele tem que chegar o mais perto possível na questão da perfeição, mas perfeição não se alcança nunca”.

Opinião semelhante tem Sérgio Corrêa, ex-chefe da arbitragem e um dos responsáveis pela implantação do VAR no País. “É claro que nós teremos dificuldades. Você não tira de um campo de futebol um cara que está trabalhando há 10, 15 anos, coloca numa sala de tecnologia e diz ‘faz aí meu jovem, resolve todos os problemas’. Isso vai demandar um tempo. É um processo, e é preciso que todos entendam.”

Apesar disso, os dois estão otimistas. “A sigla VAR passará a ser ‘Vamos Aumentar Rendimento’. A arbitragem brasileira vai aumentar seu rendimento”, promete Gaciba. “O Brasil vai terminar o ano como o país com o maior número de jogos sob a coordenação e a implementação do árbitro de vídeo. Nossos árbitros terão acumulado uma experiência que ninguém no mundo terá em 2019.”

O sistema usará as imagens captadas pelas TV durante os jogos. Segundo Gaciba, serão pelo menos oito câmeras. Nos casos em que a transmissão tenha apenas sete equipamentos, a CBF fornecerá uma câmera extra.

Crítica comum nos Estaduais, o tempo de análise não é uma preocupação na CBF. “Uma ressalva que eu faço: a Europa está com 800, 900 jogos de experiência. Nós estamos com 52 partidas. Não dá pra chegar e dizer que nossos árbitros terão as mesmas decisões rápidas. É preciso de tempo para se adaptar”, pondera Sérgio Corrêa. “O que mais importa é ter uma decisão correta, mesmo que demore um pouco, do que uma decisão rápida e errada.”

About Beto Fortunato
Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

Beto Fortunato

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