Policia

Ciclista morre atropelado em SP; motorista é preso com sinal de embriaguez

Claudemir Kauã dos Santos Queiroz trabalhava como entregador

Um ciclista de 17 anos foi morto ao ser atropelado na altura do número 1900 da avenida Corifeu de Azevedo Marques, na região do Butantã, zona oeste da cidade de São Paulo.

Claudemir Kauã dos Santos Queiroz trabalhava como entregador. Chegou a ser socorrido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ao Hospital Universitário, mas não resistiu.
O motorista, o empresário Rafael Maurício Moraes Diniz, 39, segundo a Polícia Militar, recusou-se a fazer o teste do bafômetro. Ele apresentava sinais de embriaguez e foi preso, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública. Sua carteira de habilitação está suspensa desde 15 de junho do ano passado.

O caso foi registrado pela polícia como homicídio culposo, quando não há a intenção de matar.

Em audiência de custódia na tarde desta sexta (11), a Justiça transformou a prisão em flagrante do empresário em preventiva. E também foi decretada a suspensão do direito de dirigir ou proibição para obtenção da carteira de habilitação até contraordem.

De acordo com boletim de ocorrência, o motorista do veículo possuía mais sinais notórios de embriaguez, como olhos vermelhos, halitose etílica, fala lenta e pastosa, desordem nas vestes e exaltação. Ele, inclusive, chegou a ser algemado.

Segundo a polícia, o motorista, que dirigia um veículo de luxo Volvo V40, ano 2016, foi levado para o Hospital Bandeirantes, sendo liberado de volta para a polícia e autuado em flagrante.
À PM pessoas que estavam no local contaram que o acidente ocorreu em uma faixa de pedestres. As testemunhas disseram ainda que Claudemir foi arrastado por alguns metros, quando caiu de cima do veículo.

Policiais militares afirmaram que populares tentaram agredir o motorista. Conforme o boletim de ocorrência, uma testemunha disse que, após o atropelamento, o motorista desceu do veículo, olhou para o ciclista e encostou em uma parede, quando começou a discussão com pessoas que estavam no local.

Como se negou a fazer o teste do bafômetro, segundo a polícia, o empresário foi levado para o IML (Instituto Médico Legal), mas se recusou a permitir a coleta de material biológico para constatar se estava embriagado.

Ainda segundo boletim de ocorrência, na presença de um advogado, o motorista disse que estava na casa de sua noiva e que, por volta de 21h30, foi buscar comida japonesa em um restaurante. Afirmou que, enquanto esperava a comida, tomou uma cerveja long neck.
Na volta para a casa da companheira, houve o acidente em uma curva. De acordo com o documento policial, o empresário não soube dizer se cochilou ao volante.

O motorista ainda afirmou que, quando sentiu a colisão, imediatamente freou o veículo e o airbag foi acionado, não podendo visualizar a vítima.

Diniz disse que ficou em choque quando viu que a vítima era um jovem. E que passou a ser acuado e agredido por motoqueiros, quando telefonou para a noiva para pedir pediu ajuda, voltando para o carro até a chegada da polícia.

Por telefone, o advogado Rafael Pedroso de Vasconcelos, que acompanhou o motorista na delegacia durante a madrugada, afirmou à Folha que não sabe se vai ser mantido pela família no caso.

Em entrevista à TV Globo, Claudemir Queiroz, pai do ciclista, afirmou que o filho, que era casado, havia sido pai há pouco tempo. “Ele estava todo feliz da vida com a experiência nova”, disse.

“Ninguém está proibido de se divertir, de beber, mas usa um táxi, tem os amigos. Você não vai prejudicar apenas a sua vida, mas a de um pai de família, de uma família”, afirmou.

O caso foi registrado como homicídio culposo na direção de veículo automotor no 14º DP, sendo encaminhado ao 51º DP para continuidade nas investigações.

Coletivos de ciclistas de manifestaram pelas redes sociais. “A ausência de estrutura cicloviária somada a falta de fiscalização e a certeza da impunidade tem mantido os números da violência no trânsito em patamares inaceitáveis”, publicou o Bike Zona Oeste. “Não é admissível que vidas sejam ceifadas por conta da ausência do poder público.”
O Pedala Brasil publicou fotos da bicicleta após o acidente e lembrou que foi mais uma vida perdida.

| IDNews® | Folhapress | Via NMBR |Brasil

About Beto Fortunato
Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

Beto Fortunato

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