Internacionais

Senadores dos EUA culpam Bolsonaro por 8 de Janeiro e pressionam por extradição

Bolsonaro está nos EUA desde o fim de dezembro


A pouco mais de uma semana da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aos EUA, nove membros do Partido Democrata apresentaram no Senado do país uma resolução pedindo que o presidente Joe Biden examine prontamente pedidos de extradição de ex-autoridades do Brasil ligadas aos ataques golpistas às sedes dos três Poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro.

A redação do texto obtido pela Folha de S.Paulo foi liderada pelo senador Bob Menendez, presidente da Comissão de Relações Exteriores da Casa. O material busca responsabilizar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por ter motivado o que chama de “cerco violento” às instituições.

“Condenamos o cerco violento ao Palácio do Planalto, ao Congresso e à Suprema Corte do Brasil conduzido por apoiadores do ex-presidente, evento que foi alimentado, em parte, por desinformação disseminada durante vários meses por Bolsonaro”, diz um trecho.

Bolsonaro está nos EUA desde o fim de dezembro e, segundo seus advogados, pediu um visto de turista para permanecer mais tempo no país –a modalidade dá direito a seis meses em solo americano.

O ex-presidente é alvo de diferentes ações que pedem sua inelegibilidade por abuso de poder e é investigado por incitação aos ataques golpistas. O governo brasileiro pode pedir a extradição de Bolsonaro a depender das conclusões dessa e de outras investigações.

Há duas semanas, deputados democratas enviaram uma carta à Casa Branca pedindo que o Departamento de Justiça responsabilize “quaisquer atores baseados na Flórida que possam ter financiado ou apoiado os crimes violentos de 8 de janeiro”, referindo-se a Bolsonaro.

A resolução enviada ao Senado nesta quarta (2) afirma que Bolsonaro fez repetidas acusações infundadas questionando a transparência e a integridade do processo eleitoral do Brasil e encorajou seus apoiadores a amplificar essas declarações sem fundamento.

No material, os congressistas exortam plataformas digitais e aplicativos de mensagem a adotarem medidas concretas para combater a desinformação que prolifera no Brasil e a trabalhar com autoridades brasileiras para compreender o possível papel que desempenharam para facilitar e ampliar os atos violentos de 8 de Janeiro.

Lula se reúne no próximo dia 10 com Biden na Casa Branca. O petista também deve se encontrar com o senador Bernie Sanders, outro dos signatários do texto. Um dos temas na agenda é justamente a regulação das plataformas digitais, além do extremismo de direita e da defesa da democracia.

Além de Menendez, um dos senadores mais influentes no Congresso dos EUA, e de Sanders, assinam a resolução Tim Kaine, Dick Durbin, Chris Murphy, Jeanne Shaheen, Jeff Merkley, Ben Cardin e Chris Van Hollen.

“O ataque recente aos símbolos do governo democrático do Brasil configura um ataque à democracia global”, disse o senador Durbin. “É uma vergonha que Bolsonaro estivesse nos EUA tirando selfies durante esse episódio deplorável. Propus essa legislação para garantir que autoridades que sabotam eleições livres e justas não possam fugir para os EUA para escapar de responsabilização.”

Para Menendez, a insurreição em Brasília também demonstra a resiliência do povo brasileiro e das instituições democráticas. “As autoridades brasileiras merecem todo nosso apoio em sua busca por verdade e responsabilização pelo 8 de Janeiro.”

O texto no Senado encoraja membros do Congresso americano a ajudarem autoridades brasileiras em qualquer demanda relativa à investigação dos ataques golpistas, inclusive compartilhando estratégias utilizadas no Comitê de Investigação da Câmara sobre o ataque de 6 de Janeiro contra o Capitólio.

Além de demonstrar solidariedade à população brasileira diante dos ataques, os legisladores enfatizam a parceria estratégica entre Brasil e EUA e citam como prioridades a defesa da democracia e dos direitos humanos, além da cooperação em defesa, segurança alimentar, meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

Em seu primeiro evento público desde que deixou o Brasil e foi para os EUA, na terça (31) Bolsonaro afirmou que o governo Lula “não vai durar muito tempo” e disse que houve injustiça nos processos dos ataques golpistas em Brasília.

|IDNews® | Folhapress | Beto Fortunato |Via NBR | Brasil


US senators blame Bolsonaro for January 8 and push for extradition
Bolsonaro has been in the US since late December

A little over a week before President Luiz Inácio Lula da Silva’s (PT) visit to the US, nine members of the Democratic Party presented a resolution in the country’s Senate asking President Joe Biden to promptly examine extradition requests for former Brazilian officials linked to the coup attacks on the headquarters of the three branches of government in Brasilia on January 8.

The writing of the text obtained by Folha de S.Paulo was led by Senator Bob Menendez, president of the House Foreign Relations Committee. The material seeks to hold former President Jair Bolsonaro (PL) accountable for motivating what it calls a “violent siege” on institutions.

“We condemn the violent siege of the Planalto Palace, Congress and the Supreme Court of Brazil conducted by supporters of the former president, an event that was fueled, in part, by disinformation disseminated for several months by Bolsonaro,” an excerpt reads.

Bolsonaro has been in the U.S. since late December and, according to his lawyers, requested a tourist visa to stay longer in the country – the modality gives the right to six months on American soil.

The former president is the target of several lawsuits claiming his ineligibility for abuse of power and is investigated for incitement to coup attacks. The Brazilian government may request Bolsonaro’s extradition depending on the conclusions of this and other investigations.

Two weeks ago, Democratic lawmakers sent a letter to the White House asking the Justice Department to hold accountable “any Florida-based actors who may have funded or supported the violent crimes of January 8,” referring to Bolsonaro.

The resolution sent to the Senate on Wednesday (2) states that Bolsonaro has made repeated unfounded accusations questioning the transparency and integrity of Brazil’s electoral process and encouraged his supporters to amplify these baseless statements.

In the material, the congressmen urge digital platforms and messaging apps to take concrete steps to combat the misinformation proliferating in Brazil and to work with Brazilian authorities to understand the possible role they played in facilitating and amplifying the violent acts of January 8.

Lula will meet on the 10th with Biden at the White House. He is also expected to meet with Senator Bernie Sanders, another of the signatories of the text. One of the topics on the agenda is precisely the regulation of digital platforms, in addition to right-wing extremism and the defense of democracy.

In addition to Menendez, one of the most influential senators in the US Congress, and Sanders, signing the resolution are Tim Kaine, Dick Durbin, Chris Murphy, Jeanne Shaheen, Jeff Merkley, Ben Cardin, and Chris Van Hollen.

“The recent attack on the symbols of Brazil’s democratic government sets up an attack on global democracy,” said Senator Durbin. “It is a disgrace that Bolsonaro was in the U.S. taking selfies during this deplorable episode. I proposed this legislation to ensure that officials who sabotage free and fair elections cannot flee to the U.S. to escape accountability.”

For Menendez, the insurrection in Brasilia also demonstrates the resilience of the Brazilian people and democratic institutions. “The Brazilian authorities deserve our full support in their quest for truth and accountability for January 8.”

The Senate text encourages members of the U.S. Congress to assist Brazilian authorities in any demands regarding the investigation of the coup attacks, including sharing strategies used in the House Investigative Committee on the January 6 attack on Capitol Hill.

In addition to showing solidarity with the Brazilian people in the face of the attacks, the lawmakers emphasize the strategic partnership between Brazil and the U.S. and cite as priorities the defense of democracy and human rights, as well as cooperation on defense, food security, the environment, and sustainable development.

In his first public event since leaving Brazil for the U.S. on Tuesday (31), Bolsonaro said that the Lula government “will not last long” and said that there was injustice in the processes of the coup attacks in Brasilia.

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Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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