Educação & Cultura

Em comemoração ao Dia Mundial do Café, docentes da Uniara falam sobre diversos aspectos relacionados ao produto

Data é celebrada nesta sexta, dia 14

CULTURA – Docentes da Uniara falam sobre o Dia Mundial do Café


Nesta sexta-feira, dia 14 de abril, é comemorado o Dia Mundial do Café, uma das bebidas mais consumidas do planeta. Os professores dos cursos de Nutrição e Engenharia Agronômica da Universidade de Araraquara – Uniara, Denise Bertolini Chediek e Danilo Ricardo Yamane, respectivamente, falam sobre diferentes aspectos relacionados ao produto.
“O café é uma bebida bastante complexa, que possui diversos componentes com atividades antioxidantes e estimulantes. Estudos recentes confirmam que o consumo regular pode ter efeito protetor sobre doenças cardiovasculares, alguns tipos de câncer, como o colorretal, de fígado e de próstata, e também alguma influência sobre o desenvolvimento de doenças degenerativas como o Alzheimer e a Doença de Parkinson”, inicia Chediek.
Ela acrescenta que seu consumo pode ajudar no emagrecimento, diminuir a inflamação crônica, melhorar a microbiota intestinal e diminuir o risco de desenvolver diabetes tipo 2, “sendo que os estudos demonstram maior eficiência desses resultados quando ocorre o consumo do café e complexos de polifenóis e outras substâncias bioativas, e não dos compostos isolados”. “Além disso, devido à sua quantidade de cafeína, o café aumenta o estado de alerta, melhora o humor e também melhora a cognição, a memória e a capacidade de concentração. As características da cafeína podem ajudar no desempenho esportivo, aumentando a eficiência dos treinamentos, e a resistência à atividade física”, afirma a docente.
Uma xícara de café pode conter, de acordo com ela, entre 65 e 120 miligramas de cafeína, “produzindo um efeito estimulante semelhante a uma bebida energética comercial, já que a maioria das formulações trabalha com cerca de oitenta miligramas de cafeína por lata, sem trazer os efeitos benéficos dos polifenóis do café”.
Quanto a malefícios provocados pelo consumo, Chediek conta que alguns trabalhos demonstraram um aumento do colesterol total do sangue em consumidores de café. “Porém, hoje já foi identificado que esse problema não ocorre quando se usa café coado, mas apenas quando se fervem seus grãos. As substâncias relacionadas a esse efeito ficam presas no filtro usado para coar o café”, explica a professora, mencionando que também pode ser contraindicado para pessoas que tomam medicamentos diuréticos, ou para dor, “pois a cafeína potencializa esses efeitos”. “Também não deve ser consumido por pessoas que têm dificuldades para dormir, pois seu efeito estimulante realmente pode dificultar o início e a qualidade do sono”, alerta.
Crianças e adolescentes podem se beneficiar com o efeito da cafeína presente no café, segundo ela, “principalmente com relação à capacidade de concentração e cognição, porém as doses devem ser menores: um café com leite pela manhã já teria um efeito positivo”. “Mulheres grávidas devem evitar o consumo ou utilizá-lo em quantidades pequenas – uma xícara ao dia -, sempre com supervisão médica, e principalmente quando há efeitos de abstinência do café, como dores de cabeça, por exemplo. Há estudos que relacionam o consumo de altas doses de cafeína com a interrupção precoce da gestação”, aponta.
No entanto, Chediek ressalta que há variações individuais com relação aos efeitos do café, “sendo que algumas pessoas são mais sensíveis a eles do que outras, tanto devido às diferenças genéticas, quanto ao desenvolvimento da tolerância pelo uso contínuo”. “Assim, há quem apresente dores de cabeça, sintomas de ansiedade e náuseas”, completa.
O café é ingerido principalmente como bebida, mas existem outras opções de consumo. “É usado em vários pratos, como pavês, o tiramissu e pães, porém, em todas essas preparações se utiliza a infusão de café, e não o pó. Então primeiro prepara-se a bebida e depois ela é utilizada na preparação. Há receitas salgadas em que o café é utilizado principalmente no preparo de molhos, para carne vermelha e carne de porco. Talvez a receita mais emblemática seja o tiramissu, que é uma sobremesa de origem italiana preparada como um pavê de creme de queijo mascarpone, e bolacha champagne embebida no café forte, o que faz toda diferença na combinação de sabores”, explica a docente.
Pode-se considerar o café um alimento funcional, “e seu consumo regular pode ser estimulado, desde que sem adição de açúcar”. “Podemos desenvolver o paladar para o amargor do café, e inclusive degustar variedades diferentes desse produto riquíssimo e com potenciais incríveis a serem comprovados pelos estudos científicos”, diz Chediek.
Já no âmbito mercadológico, Yamane, por sua vez, conta que o Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo. “As plantações se dão principalmente em Minas Gerais, São Paulo e Paraná, cuja temperatura e clima são ideais para a produção cafeeira. A produção de café na safra 2021/2022 foi correspondente a cerca de 51 milhões de sacas de sessenta quilos beneficiadas, sendo exportadas aproximadamente 39 milhões. Os Estados Unidos lideraram a lista dos maiores destinos do produto em 2022, com a importação de 7,985 milhões de sacas, o que equivale a 20,3% do total. Na sequência, vêm Alemanha, com a aquisição de 6,844 milhões de sacas, a Itália, com 3,355 milhões, a Bélgica, com 2,921 milhões de sacas, e Japão, com a importação de 2,873 milhões de sacas”, detalha o professor.
Para o plantio e a produção, ele aponta que a temperatura é um fator limitante para a cafeicultura. “A temperatura média de aptidão para o cafeeiro arábica está entre 18°C e 23°C. Já o regime de chuvas considerado ideal está entre 1.200 milímetros e 1.800 milímetros anuais, para permitir a exploração comercial da cultura. É importante que a precipitação esteja distribuída de forma que atinja os períodos de desenvolvimento vegetativo e frutificação”, salienta.
A altitude também é um fator preponderante, de acordo com Yamane. “No café arábica, recomenda-se o plantio em áreas entre 600 metros e 1.200 metros de altitude, pela influência que exerce na longevidade, na produtividade da lavoura e na qualidade da bebida. E sobre o solo, deve-se propiciar um ambiente favorável ao pleno desenvolvimento do cafeeiro. Deve possuir boas características físicas – ausência de compactação, boa drenagem -, químicas – acidez corrigida, disponibilidade adequada de nutrientes – e biológicas necessárias para o bom desenvolvimento da planta. A profundidade efetiva mínima deve ser de 120 centímetros, e com boas condições de textura e estrutura”, explica.
O docente destaca que o café é um dos principais produtos da pauta de exportações do agronegócio brasileiro. “É um importante gerador de emprego e renda, sendo uma das bebidas mais apreciadas no mundo”, finaliza Yamane.
Informações sobre os cursos de Nutrição e Engenharia Agronômica da Uniara podem ser obtidas no endereço www.uniara.com.br ou pelo telefone 0800 55 65 88.

| IDNews® | Beto Fortunato | Via Assessoria de Imprensa Uniara|

About Beto Fortunato
Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

Beto Fortunato

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