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Novas perspectivas no tratamento de encefalopatia hepática

Novas perspectivas no tratamento de encefalopatia hepática
Professor da Unesp publica artigo em revista do grupo Elsevier
8:24 |Ag: Notícias Unesp/ACI - Unesp | 2018MAI10 |Foto:  © Unesp

Fernando Gomes Romeiro, professor do Departamento de Clínica Médica, da Faculdade de Medicina da Unesp em Botucatu, publicou artigo na revista ‘NeuroImage: Clinical’, do grupo Elsevier. O estudo descobre qual dos aminoácidos de cadeia ramificada aumenta o fluxo sanguíneo cerebral em pacientes com encefalopatia hepática.

Aminoácidos são as moléculas que formam as proteínas, e todas as proteínas que conhecemos e que fazem parte do corpo dos seres vivos são formadas pela combinação de apenas 20 aminoácidos. Portanto, é a combinação deles que permite a existência de todas as variedades de proteínas, tecidos, órgãos e indivíduos que conhecemos. Os aminoácidos presentes em nossa alimentação são divididos basicamente em dois grupos: os de cadeia aromática e os de cadeia ramificada (do inglês branched-chain amino acids). Esse último grupo é composto por 3 aminoácidos: leucina, isoleucina e valina, e vem sendo muito utilizado por atletas para ganho de massa muscular. Também tem sido usado por pessoas com cirrose hepática, para evitar a perda de massa muscular pela presença da doença do fígado. Entre essas pessoas, esse grupo de aminoácidos é usado principalmente quando o indivíduo tem encefalopatia hepática, que se manifesta por sintomas neurológicos como sonolência, perda de memória, confusão mental, alterações de humor e de personalidade e até o estado de coma.

Nos últimos anos descobriu-se que os aminoácidos de cadeia ramificada aumentam a perfusão cerebral de pacientes com encefalopatia hepática, mas o aminoácido e os mecanismos envolvidos ainda não eram conhecidos. Neste estudo, desenvolvido por professores e alunos da FMB-UNESP e com apoio da FAPESP, a perfusão cerebral foi avaliada em 27 indivíduos com cirrose e encefalopatia hepática que receberam suplementos de leucina ou isoleucina durante um ano. Exames realizados no setor de medicina nuclear, como a tomografia por emissão de fóton único (SPECT) e a cintilografia cerebral dinâmica (CCD), foram realizados antes do tratamento e em 1, 8 e 12 meses de suplementação. Aos 8 meses de tratamento os pesquisadores documentaram aumento expressivo da perfusão cerebral no grupo que recebeu o aminoácido isoleucina, que foi associado à melhora da encefalopatia hepática e da qualidade de vida dos pacientes, tanto aos 8 como aos 12 meses de tratamento no grupo isoleucina, o que não ocorreu no grupo leucina. A conclusão do estudo foi que a suplementação com isoleucina teve melhor impacto na recuperação da perfusão cerebral na encefalopatia hepática, abrindo novas perspectivas de tratamento futuro.

O artigo, intitulado ‘Which of the branched-chain amino acids increases cerebral blood flow in hepatic encephalopathy? A double-blind randomized trial’, pode ser acessado em https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2213158218300998 

Contato do pesquisador: [email protected]

About Beto Fortunato
Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

Beto Fortunato

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