Justiça

STF mantém processo sobre Lula, mas pode voltar para Moro

STF mantém processo sobre Lula, mas pode voltar para Moro, corte ainda vai votar se Lula pode ou não assumir a posse de ministro da Casa Civil

O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a liminar do relator Teori Zavascki de que as investigações sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que envolvem os grampos realizados a pedido da Justiça Federal do Paraná continuem na Corte.

No entanto, a Gazeta do Povo destaca que o Supremo ainda não julgou o mérito e deverá decidir em outra sessão se as partes do processo referente a Lula devem ser devolvidas ao juiz Sérgio Moro.

A publicação explica que, por enquanto, Lula ganha tempo e a decisão não volta para a responsabilidade de Moro. Porém, isso não significa que o ex-presidente esteja definitivamente livre do juiz da 13ª vara da Curitiba.

Ainda não há posicionamento definido do STF sobre a divisão de processos que envolvem pessoas com e sem prerrogativa de foro. Por exemplo, no mensalão, diversos acusados sem a prerrogativa acabaram sendo julgados pela Corte por estarem relacionados com crimes que também tinham envolvidos com foro privilegiado.

No entanto, outro exemplo é que a Corte optou por remeter ao primeiro grau de jurisdição, em Curitiba, os processos referentes à esposa e à filha do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Somente a ação de Cunha foi mantida no STF.

A reportagem conversou com o advogado especializado em direto penal Penal Ivan Xavier Vianna Filho. Ele esclareceu que a decisão sobre dividir o processo leva em conta diversos fatores, mas o nível de envolvimento entre supostos autores de um crime pode ser relevante.

“Sempre que o desvendamento de um crime tiver íntima relação com outro, define-se a competência para unificar o julgamento”, explica o advogado. “Existem determinados comportamentos tão intimamente ligados que não se pode pensar na apuração da responsabilidade de um sem julgar a de outro”, acrescenta.

Vianna Filho cita três fatores considerados relevantes para se manter todos os envolvidos na mesma instância: celeridade, economia processual e o objetivo de se evitar julgamentos díspares.

Posse de ministro

O STF ainda terá que decidir se Lula ocupa ou não o cargo de ministro da Casa Civil. A expectativa era de que o caso, sob a relatoria do ministro Gilmar Mendes, fosse levado ao plenário nesta semana. No entanto, Mendes estava fora do país, presente em um evento em Portugal. Além de Mendes, o seminário sobre direito contou com a presença do ministro Dias Toffoli e os senadores Aécio Neves, José Serra e Jorge Viana.

Caso o STF decida que Lula pode ser ministro, será desnecessário que a Corte debata se desmembra ou não o processo, pois tudo deverá ficar no Supremo. A Gazeta do Povo explica também que, se o ex-presidente não assumir o ministério, será necessário um novo debate para definir se deve ser investigado junto com outros suspeitos que tenham direito à prerrogativa de foro.

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Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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